Jovem campo-grandense recebe convite e deixa família para realizar sonho de jogador no interior de SP

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O campo-grandense Pedro Beraldo (14) começou a jogar futebol desde cedo e foi se apaixonando cada vez mais pelo esporte. Depois de muitos elogios e partidas jogadas, percebeu que era isso o que ele queria para sua vida. “Sempre gostei de jogar bola, desde pequeno essa é minha paixão. Treinei muito para conseguir uma boa posição nesse meio, e mesmo que seja difícil, é uma algo que eu gosto de fazer” conta Pedro.

 

Josiane Beraldo, Mãe do Pedro, sempre o apoiou, mas afirma que ficou preocupada no começo com a escolha do filho. “Ele jogava como zagueiro no salão e como atacante as vezes, isso com uns 6 anos de idade mais ou menos. O técnico do time onde ele jogava falou para deixar ele ir pro gol, porque o Pedro não tem medo da bola, mas nós não deixamos. Isso porque eu e meu marido sempre achamos que é uma posição, muitas vezes, injustiçada. Quando um goleiro defende bem a partida toda e dá um deslize perto do final da partida, ele é tachado como um mal goleiro. Só que não se vê que a falha não foi só do goleiro e sim dos jogadores de meio de campo ou até mesmo do zagueiro também, só que como ele é o último da jogada, acaba assumindo toda a responsabilidade” explica a mãe.

 

Josiane diz que Pedro ficou anos da vida jogando na linha, até que um dia, depois de jogar na escola onde estudava, ele disse que se não fosse para ficar no gol, ele não jogaria mais futebol. A mãe não soube o que responder: “Naquele momento minha voz não saia, eu fui muda pra casa, fiquei um pouco preocupada. Então quando todos terminaram de jantar eu falei pra ele que tudo bem, ele poderia jogar no gol, mas eu não queria essa posição para a vida dela, mesmo assim eu e o pai iriamos o apoiar sempre”.

 

Depois que começou a treinar como goleiro, os pais de Pedro perceberam os diversos elogios vindos de profissionais da área. Decidiram colocar o filho com um profissional específico de goleiro. Nesse meio tempo o professor da escola chamou ele pra ir pro campo, ele aceitou o convite e começou a treinar. Em 2019 se destacou com técnica, dedicação e disciplina na posição de goleiro.

Pedro iniciou os treinos específicos com zero conhecimento de técnica. Cada treino era um treino árduo e sofrido. Muitos machucados, ralados, trincados e quebrados por conta das quedas mal feitas que sempre tinha consequências. Foram muitos choros, desânimos, gritos, treinos na chuva, no frio e no sol de 40 graus de campo grande. Muitas vezes o jogador saia com as laterais da perna na carne viva. Foram, aproximadamente, 2 anos de treinamentos solitários (ele e o técnico), mas sempre com um só objetivo: ser um goleiro de sucesso. Intensificando cada vez mais o treinamento.

 

Jogou pelo Guaicurus, Los Angeles Futebol Clube e Nautico. Agora, com 14 anos, conquistou posições que nunca imaginou. Há aproximadamente 5 semanas surgiu a oportunidade de Pedro jogar no Reds Vinhedo, time da cidade de Vinhedo, em São Paulo, na Sub 15. Apesar de ter que morar em outra cidade sozinho e ter que enfrentar desafios, resolveu aceitar e ir em busca do seu sonho de ser um goleiro de sucesso.

“Passar e ver o quarto dele vazio, ficar ociosa a tarde, pois era eu que fazia a correria de treino, e readaptar a minha rotina é uma tarefa muito difícil. Eu, o pai e a irmã sentimos muita falta dele porque sempre fomos muito unidos”, desabafa mãe. Mas, apesar do aperto da saudade, Josiane e o pai sabe que tudo valerá a pena no futuro. Pedro afirma o mesmo: “Para mim a parte mais difícil é a saudade de casa. Eu sinto falta dos meus pais e da minha irmã, mas sei que eles estão torcendo por mim, mesmo de longe”.

 

“A minha meta é me tornar profissional, chegar em um time grande do Brasil e, se Deus quiser, mais para frente, abrir novas portas para clubes Europeus e seleção brasileira. Mas meu foco principal agora é me manter no clube que eu estou”, revela o jogador. Acrescenta dizendo que o sonho é um dia ser goleiro do Corinthians.