A morte de uma adolescente, de 15 anos, registrada no boletim epidemiológico de Mato Grosso do Sul, nesta quarta-feira (21), acende o alerta para a síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (Simp) que ainda é rara e se desenvolve entre jovens e crianças.
A paciente era de Campo Grande e estava internada em hospital particular. Inicialmente, deu entrada com quadro de dengue, mas exame específico confirmou a Covid-19.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), a morte acende o alerta tendo em vista que este perfil não é classificado no grupo de risco e nenhuma comorbidade foi relatada. Ainda conforme a secretaria, investigação da causa da morte será feita para posterior manifestação.
A SIM-P ocorre em dias a semanas depois de uma infecção aguda pelo “severe acute respiratory syndrome coronavirus 2” (SARS-CoV-2).
Em agosto, os Departamentos Científicos de Infectologia, Reumatologia, Cardiologia, Terapia Intensiva e Emergência da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiram o documento “Notificação obrigatória no Ministério da Saúde dos casos de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P) potencialmente associada à Covid-19”, corroborando a imprescindibilidade de notificação nacional compulsória da síndrome.
Através da Secretaria de Vigilância em Saúde, o Ministério da Saúde (MS) irá comandar o fluxo de informações das notificações da SIM-P em todo o território brasileiro por meio da Coordenação Geral do Programa Nacional de Imunizações.
Números
Os últimos dados mostram que o Estado contabiliza 1.518 mortes por coronavírus, sendo que deste total seis foram registrados nas últimas 24 horas. Com 43%, ou seja, 652 mortes, Campo Grande é o município mais afetado pela doença, seguido por Corumbá, com 148 óbitos e Dourados, com 106 mortes.
Mato Grosso do Sul tem 78.360 casos confirmados da doença, com 417 novos exames positivos. Em isolamento domiciliar 4.052 pessoas se recuperam da doença e 322 pessoas estão internadas, sendo que 161 estão em leitos clínicos e 166 em leitos de UTI.
Outro dado de relevância é a ocupação global de leitos, na macrorregião de Corumbá, por exemplo, a taxa de ocupação é de 78%; a de Campo Grande, de 70%; a de Dourados, 62% e a de Três Lagoas, de 32%.