“Não tenho medo”, diz Paulo Xavier sobre depor contra Jamilzinho Name

0

O ex-policial militar Paulo Roberto Xavier, pai do estudante Matheus Coutinho Xavier, que foi assassinado em 2019, demonstrou coragem diante dos três réus durante o julgamento do caso ocorrido nesta segunda-feira (17), em Campo Grande.

Conhecido como “PX”, Paulo Xavier era um dos depoimentos mais aguardados no primeiro dia de julgamento dos réus Jamil Name Filho, Vladenilson Daniel Olmedo (ex-policial civil) e Marcelo Rios (ex-guarda municipal).

O depoimento de “PX” tinha uma importância especial, pois, de acordo com a força-tarefa do Garras, ele era o alvo do assassinato encomendado pela família Name, mas os pistoleiros confundiram o pai com o filho e acabaram tirando a vida do jovem estudante.

Anteriormente, o ex-PM trabalhava para os Name, mas, em determinado momento, passou a prestar serviços para o advogado Antônio Augusto, que tinha desavenças com Jamil Name e seu filho em relação a uma fazenda na região de Bodoquena.

Durante a sessão, o juiz Aluízio Pereira dos Santos perguntou a PX se ele desejava que os réus se retirassem do plenário antes de seu depoimento. O pai de Matheus respondeu: “Não tenho medo”. Paulo prestou seu depoimento na condição de informante.

Paulo Roberto refletiu sobre a perda de seu filho, destacando a diferença entre perder um filho em um acidente e ser alvo de um assassinato covarde, executado pelos três réus com auxílio de outros assassinos. Ele expressou sua angústia: “Quando seu filho morre em seu lugar, é completamente diferente”.

Durante a sessão, Jamilzinho Name, apontado como mandante do crime, demonstrou maior interesse no depoimento e ofereceu dicas à sua defesa através de conversas sussurradas e mensagens escritas em papel.

A defesa de Marcelo Rios, ex-GCM, não questionou Paulo Roberto durante seu depoimento. O depoente finalizou sua fala e deixou o Fórum sob escolta.