Piloto que armou próprio sequestro e roubo de avião é preso pela DECO

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A Polícia Civil do Estado de Mato Grosso do Sul, através da Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado – DECO, desencadeou na manhã de hoje, 17 de julho de 2020, mais uma etapa da Operação Ícaro, fase Rota Caipira, decorrente de representação criminal da Delegada Titular da DECO junto ao Poder Judiciário da Comarca de Paranaíba (MS) por prisões preventivas de integrantes de organização criminosa especializada em tráfico aéreo de entorpecentes – narcotráfico na cidade de Paranaíba que foi desencadeada com apoio da Delegacia Regional de Paranaíba.

As prisões preventivas decretadas são do piloto Edmur Guimara Bernardes (78) e do recepcionista Idevan Silva Oliveira (53). Noticiado ano passado a PCMS, o cárcere de Idevan na recepção do aeroporto e roubo da aeronave PR NAL , que acabou decolando do local com o piloto Edmur no comando dela, sob alegação de seqüestro.

No dia seguinte aos fatos, alegando que teria conseguido fugir de uma pista na Bolívia e retornado ao Brasil, pousando em Cáceres (MT). Lá apresentou-se a Polícia Federal, foi ouvido e liberado, chegando a Paranaíba (MS) no final da manha do dia 20 de junho de 2019 no comando da aeronave roubada PR NAL.

Recebido sob grande comoção social, tendo sido a aeronave apreendida e a investigação repassada para presidência junto a Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado – DECO.

A equipe policial da DECO, acompanhada de perito criminal, descolou-se até Paranaíba no dia 24 de junho de 2019 e de imediato, procedera a reprodução simulada dos fatos com o piloto Edmur. Ele afirmava que havia sido sequestrado e rendido quando estava saindo de casa e que teria sido obrigado a dirigir a sua caminhonete até o aeroporto. Lá ele teria sido obrigado a abrir o hangar onde tinha livre acesso, visto que era o piloto que prestava alguns vôos nas aeronaves do proprietário daquele hangar, de onde alegava ter sido obrigado a decolar a aeronave PR NAL na companhia de dois sequestradores.

 

Cruzando de Paranaíba até o Paraguai e de lá para a Bolívia, sob argumento de que teria resgatado uma liderança criminosa na fazenda paraguaia para deixá-la em área rural na Bolívia, de onde, após um descuido dos seus sequestradores, teria fugido com a aeronave e retornado ao Brasil.

O funcionário público, Idevan, que era encarregado da recepção do aeroporto municipal, em reprodução simulada dos fatos, afirmou que teria sido rendido e mantido trancado e amarrado, de onde teria conseguido desvencilhar se de um fio de mouse que o prendia. Reportado os fatos ao proprietário do hangar e da aeronave, que foi quem acionou  a polícia civil.

Diante das versões divergentes apresentadas e demais diligências que incluíam análise de imagens do circuito interno do hangar, a delegada Ana Cláudia Medina representou por mandados de busca e apreensão em residências, fazendas e hangares do aeroporto de Paranaíba, bem como pelas prisões temporárias de Edmur e de Idevan que acabaram prorrogadas até julho de 2019.

A DECO manteve em sigilo a prisão preventiva, representada em desfavor de Adevailson Ribeiro, vulgo ‘Zoio’, integrante de facção criminosa e atuante na região de Birigui (SP). A prisão preventiva foi cumprida pelos policiais no final do mês de junho de 2020, na residência do mesmo na cidade de Birigui.

A investigação identificou que ‘Zoio’ seria um dos integrantes da organização criminosa que decolou a bordo da aeronave PR NAL, na companhia do piloto Edmur em 18 de junho de 2019 do Aeroporto Municipal de Paranaíba MS sob alegação de roubo de aeronave e sequestro de piloto.

Tendo, então, ‘Zoio’ recambiado ao estado de Mato Grosso do Sul, onde foi interrogado pela equipe DECO e confirmou a participação do piloto e do recepcionista que se declaravam vítimas.

Ele indicou, também, que o autor intelectual de toda a encenação em torno do que fora registrado pelas câmeras de monitoramento foi o próprio piloto Edmur, que há dias coordenava com os demais integrantes do grupo o falso enredo para justificar o uso da aeronave PR NAL de seu patrão para atravessar as fronteiras do país transportando integrantes de facção criminosa predominante nos presídios nacionais.

O intuito foi para atuação em tráfico de entorpecente tanto na Bolívia quanto no Paraguai, especializados em tráfico aéreo de drogas e depois retornar ao Brasil como se fosse um herói.

Nesta etapa da Operação Ícaro, fase Rota Caipira, deflagrada logo no início da manhã de hoje (17/7/20) com apoio da DRP Paranaíba, a DECO deu cumprimento a novo mandado de prisão em desfavor do piloto Edmur, agora de maneira preventiva, bem como, promove diligências para localização do funcionário público municipal Idevan, que também foi apontado como autor dos fatos, com a missão de facilitar todo o enredo criminoso no local.

Diversas diligencias mantidas em sigilo pela equipe são desencadeadas em torno de residências, comércio e também no aeroporto municipal da cidade, onde os fatos ocorreram no ano passado.

 

 

Foto: DECO