“Presos” do semiaberto de Três Lagoas constroem novo espaço em Hospital

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Três Lagoas (MS) – Reeducandos que cumprem pena no regime semiaberto, em Três Lagoas, estão trabalhando na reestruturação do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora, com a construção de uma nova área para promoção do desenvolvimento de recursos humanos hospitalar. Além de garantir uma fonte de renda lícita, é uma oportunidade de conquistar o mercado de trabalho e ficar longe da criminalidade.

A iniciativa foi concretizada através da parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), por meio da Colônia Penal Industrial “Paracelso de Lima Vieira Jesus”; a 1ª Vara Criminal de Três Lagoas, representada pelo juiz Rodrigo Pedrini; o Conselho da Comunidade do município e o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora.

Com início em agosto do ano passado, a obra tem como objetivo promover um local para capacitação e treinamento dos funcionários do hospital, além de melhorar as condições de descanso dos colaboradores durante os intervalos, através de uma área com ambiência confortável, mobiliário, temperatura e iluminação adequados.

Segundo o presidente do Conselho da Comunidade de Três Lagoas, José Antônio Rodrigues, a parceria foi tão positiva que o hospital pretende firmar outro convênio para utilizar a mão de obra desses mesmos internos para outras obras em andamento no local e para serviços de manutenção.

Ao todo, seis reeducandos atuam na obra e, além do salário também recebem remição de um dia na pena a cada três trabalhados, conforme prevê a Lei de Execução Penal.

Com mais de 243 m² de área, a construção está em fase final e terá um custo total de mais de R$ 505 mil, sendo R$ 232,8 mil custeados pela 1ª Vara Criminal de Três Lagoas, através das penas pecuniárias.

Conforme a assessoria do Hospital Auxiliadora, a parceria tem sido bem gratificante e uma experiência incrível. “Saber que o hospital pode colaborar com o resgate dos valores desses seres humanos é motivador, ou seja, faz jus aos nossos valores institucionais. Pois a ressocialização vem no intuito de trazer a dignidade, resgatar a autoestima do detento, trazer aconselhamento e condições para um amadurecimento pessoal, além de lançar e efetivar projetos que tragam proveito profissional”, afirmou em nota.

Para o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, o oferecimento de trabalho remunerado aos apenados possibilita uma fonte de renda para o sustento da família e a profissionalização em alguma atividade, além de ser um importante mecanismo para incentivar novos valores, comportamentos e um futuro ainda mais digno.