Com 42 mortos e taxa de letalidade de 3% Aquidauana vive hoje riscos cada vez mais intensos sendo a quarta maior cidade do Estado em número de casos, taxa de letalidade e incidência de infectados a cada 100 mil habitantes. Diante do cenário a médica e pré-candidata a prefeita Dra. Viviane Orro lembra que há caminhos para que vidas sejam salvas e a pandemia contida o mais rápido possível.
“Todos nós sabemos que essa doença iria chegar, todos os municípios foram avisados que deveriam se preparar e receberam as devidas condições de apoio financeiro e logístico do governo federal e do estadual. Haja visto o número de leitos que foram acrescentados na rede pública, inclusive por meio de convênios na rede particular para aumentar a quantidade de leitos disponíveis clínicos e CTI”, lembrou.
Segundo a médica desde o início os municípios deviam ter se preparado, tanto na parte da gestão quanto na parte da assistência. “Esse preparo da gestão pública do coronavírus deveria ter sido feito lá no início, em fevereiro e março, onde os municípios deveriam ter se organizado adquirido os epis, os testes e adquirido as equipes necessárias, o fluxograma de atendimento e protocolo de atendimento, se reunido com a equipe médica e definir o melhor procedimento a ser feito dentro de cada município. O governo federal pensou, se preparou e mandou os devidos recursos, nós estivemos durante todo o período olhando e sendo vigilante, principalmente eu como médica, não só observando os problemas, mas sabendo que ele iria chegar a nossa cidade. Me coloquei à disposição da gestão pública de Aquidauana para trabalhar na assistência da linha, seja ela na unidade básica de saúde, na linha de frente da terapia intensiva, como me qualifico da melhor forma e até mesmo nas aldeias indígenas”, contou.
Questionada sobre porque não foi atuar mesmo com a negativa do atual mandatário ela lamentou. “Infelizmente, eu não posso entrar e atender dentro do sistema único de saúde que não me permite, é necessário autorização e ser credenciado no sus de cada município, pois eu também estaria ali infrigindo uma lei, mas posso sim atender com a devida autorização do poder público. Falo isso com muita tranquilidade, pois me disponibilizei de forma voluntária e não precisavam me pagar nada, mas poderiam me pagar também de outras formas que eu acredito que poderia mais colaborar nesse momento seria na assistência, porém isso fugiu da minha possibilidade pela falta de autorização para que eu pudesse fazer esse atendimento na linha de frente de Aquidauana. Isso não depende só de mim, no dia 20 de julho foi minha última tentativa e sou cadastrada como médica voluntária no sus e no ministério da saúde, me propus a ser voluntária nas ações das aldeias e me coloquei também como voluntária a gestão pública de Aquidauana, infelizmente não tive a oportunidade de dar essa assistência, mas se deus quiser muitas oportunidades surgiram e darei essa assistência que Aquidauana tanto precisa”, afirmou.
Além dela, profissionais da saúde dos Médicos Sem Fronteiras também foram impedidos de entrarem nas aldeias para atendimento e o problema só foi resolvido após intervenção da imprensa nacional e internacional. A médica continua a disposição para atender a população.