Com mão de obra de presos, reforma da 12ª escola irá beneficiar mil alunos na Capital

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As obras estão a todo vapor na reforma da 12ª escola contemplada com o projeto “Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade”. Realizada com mão de obra prisional, agora é a vez da Escola Estadual “Professora Zélia Quevedo Chaves”, no bairro Iracy Coelho Netto, que está sendo totalmente reformada. A previsão é de ser inaugurada neste mês.

A iniciativa acontece com presos em regimes semiaberto e aberto do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, na capital, que também custeiam as obras, com os descontos dos salários dos apenados, previsto no art. 29, da Lei de Execução Penal.

Os trabalhos são desenvolvidos desde 2013, já contou com a participação de 275 reeducandos e acontecem por meio da parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Secretaria de Estado de Educação (SED) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), por meio da 2ª Vara de Execução Penal de Campo Grande.

Iniciadas em dezembro, as obras seguem até o final de abril e contemplam a reforma da parte elétrica, hidráulica, pintura geral, reestruturação completa dos banheiros, cozinha e instalação de bancos por todo o pátio, que contribuirá na organização e disciplina dos alunos durante os intervalos das aulas.

Além disso, a frente do local está de cara nova com a instalação da cobertura e do paisagismo. “A obra está transformando completamente a nossa escola, inclusive o sentimento dos funcionários, pais e alunos”, revela o diretor da instituição de ensino, Álvaro de Lima Silva.

Inaugurada em 1985, a unidade escolar ainda não tinha passado por uma reforma dessa amplitude. Em média, são atendidos cerca de mil alunos, do Ensino Fundamental ao Médio, nos três períodos do dia, mas por conta da pandemia, as aulas estão sendo realizadas de forma remota.

De acordo com Álvaro, a escola recebe a visita dos pais e alunos para o recebimento de atividades e materiais e, todos têm ficado impressionados com a transformação do espaço.

“Esse trabalho é exemplo de uma educação de excelência, aqui os internos também aprendem que o trabalho deles transforma o ensino e isso contribui com a mudança deles, de dentro para fora. Desperta a vontade deles em finalizar os estudos, de voltar a sonhar com um futuro profissional e acadêmico, estimulando o senso crítico e mudança de comportamento, é uma verdadeira reciprocidade”, afirma o diretor da escola.

Reforma

Com uma área total de 10,5 mil metros quadrados, a E.E. “Prof.ª Zélia Quevedo Chaves” contará com a ampliação da secretaria para guardar material e arquivos escolares, nova varanda, bancos e bebedouro, que irão atender os pais dos alunos e visitantes.

A cozinha está sendo totalmente reestruturada com instalação de revestimentos, exaustor, tomadas e parte hidráulica; assim como, a criação de um depósito para guardar material de limpeza, pedagógico, entre outros.

Além disso, serão instalados nas salas de aula dez aparelhos condicionadores de ar, no modelo split 18.000 btus, doados para o projeto com o apoio do Sistema Fecomércio.

Ao todo, 25 internos estão trabalhando em uma jornada de oito horas por dia, na revitalização da instituição, garantindo um espaço mais organizado e harmônico aos alunos. O transporte diário dos presos é de responsabilidade da SED.

Conforme o diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, a iniciativa é realizada há oito anos e oportuniza ocupação produtiva aos reeducandos, remição de pena e geração de renda. “Além de proporcionar uma nova profissão aos internos, também possibilita maior economia aos cofres públicos e alcance social com a junção do sistema penitenciário em benefício da educação”, ressalta o dirigente.